06 julho 2010




Pesava-lhe um tormento o que tinha pra fazer. Esperava no ponto de ônibus apalpando as moedas no bolso da calça, fazendo todavia contas bem maiores, aquelas que tinha que pagar. Respirou fundo, não deu pé, olhou para um lado, para o outro sem saber o que queria ver, queria sim um dia livre no peito em que o coração fosse passarinho solto. Fez contas menores com as moedas, chuviscava, o dia frio se ia por volta das 15 horas, seria bom um café, ah, o aroma, a xícara e o pires na mão sem sobressaltos. Mas além do que seria necessário para a passagem o que restava mal pagava um chiclete.

4 comentários:

  1. Bom dia Dauri,
    Estou gostando desse seu novo lugar. Como sempre, traz seu jeito. Que bom voltar aos seus poemas!

    E aqui, nessas linhas, que Bom pensar, desejar e ralizar um momento gostoso, "uma xícara de café" na vida em que as contas não fecham.
    beijo

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  2. Acho sempre os seus textos bem elaborados, criativos...essa cena - apalpando as moedas no bolso da calça - me transporta para a parada do ônibus, é possível ver a pessoa nesse ato(agora me dei conta que ainda não dá para identificar se masculino ou feminino).

    No entanto sempre tem algo que me faz respirar mais profundo e me salta aos olhos e foi essa frase: "queria sim um dia livre no peito em que o coração fosse passarinho solto."

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  3. Que maravilha, outras versões, outros caminhos, outras palavras.

    Gostei muito!

    Fiquei feliz por perceber a fertilidade de tua escrita retomada.

    Espero também voltar plena.

    P.S.

    Ainda não consegui ver um novo design, verei isto na próxima semana os teus ficaram ótimos, o do Eurico idem.

    um beijo

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