07 agosto 2010

A noite se instalara, uma sombra de vento frio soprava na janela  do prédio fazia já uma boa hora. Um leve assovio se produzia ali. Não sentia vontade senão de ficar olhando para aquela cena congelada de um filme na tela do computador. Abriu a carteira e contou as notas sem tirá-las do lugar. Voltou para a imagem congelada. Uma montanhas amarronzadas e suaves se antecipavam aos caminhos distantes do azul, do cinza das outras montanhas bem mais altas. Depois delas o horizonte. Abriu de novo o e-mail e demorou-se ali. Voltou para a cena do filme, as montanhas. Passara de muito a hora de voltar para casa. A mãe sozinha o esperava com cuidados que não lhe animavam nem lhe incomodavam. Chegaria tarde e ela o estaria esperando. Sentia que devia tomar uma decisão, descongelar o filme, se ir... e escolher o caminho da rodoviária ou o caminho de casa.

4 comentários:

  1. Descongelar o filme e escolher o caminho, me fez pensar na vida presa, na inquietação de decisões que se precisamos tomar.

    Descongelar o filme, bateu forte cá dentro.

    Admiro muito a sua forma de escrever. E não sinto fácil ler o que escreves.

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  2. As vezes o pensamento pausa, mas é preciso vencer o tédio, é preciso descongelar o dia.


    Gosto tanto...

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  3. Las prositas graúdas e poemáticas de Dauri Jack...

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  4. PARABÉNS PELO BLOG, PELO TALENTO E PELAS CRIAÇÕES.

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